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Trazer a Internet das Coisas para a tua comunidade
Introdução
A internet mudou e marcou todas as facetas da vida humana. Desde pesquisar no Google, ligar a amigos e família nas redes sociais, transações bancárias, compras online, pesquisas académicas, pagar as contas e trocar mensagens instantâneas pelo Skype com pessoas do outro lado do mundo – é difícil pensar numa maneira em que a internet não tenha mudado a maneira como interagimos com os outros e como fazemos a nossa vida quotidiana. Se olharmos para a história da internet, vemos que a maior inovação da Web 2.0 foi a capacidade de cada um de nós, o utilizador individual, se tornar criador de conteúdos online. 

É aqui que plataformas como o YouTube, Facebook, Twitter, Pinterest, etc., realmente ganham importância, pois dão a quem os utiliza uma plataforma onde podem partilhar as suas opiniões, visões e aptidões com outros. Apesar desta inovação ter dado poder aos utilizadores para criarem o seu próprio conteúdo, os que mais beneficiam dela são as empresas tecnológicas – elas providenciam a tecnologia, nós o conteúdo. Nós somos, essencialmente, o “produto”. É importante realçar que a Google não cria nenhum do conteúdo pesquisado – isso é criado pelas pessoas. O mesmo é verdade dos vídeos no YouTube, os GIFs engraçados no Facebook, as stories no Snapchat – tudo isto é criado por pessoas como tu ou eu.
Quando tentamos imaginar qual será a próxima inovação da internet, temos de pensar na “Internet das Coisas”. Esta é a próxima expansão da internet, que trará conetividade a todos os aparelhos físicos e do dia-a-dia. O seu uso em casas inteligentes, adereços do quotidiano, monitorização de gado, etc., já pode ser testemunhado. No futuro, será usado para garantir uma maior segurança no que toca a sinais de trânsito e semáforos, gestão de trânsito, serviços de saúde e gestão de resíduos nas nossas “cidades inteligentes” do futuro.    

Não há dúvida que o poder da internet está a ser canalizado para trazer informação e conetividade às pessoas, e também grandes lucros às empresas. Mas, para já, a internet é usada principalmente para fins empresariais e não tanto para serviços sociais, ou para o bem social. Antes que a Internet das Coisas se torne apenas na próxima maneira das empresas nos venderem produtos, seria bom pensar no que é que pode fazer pela nossa sociedade, e pela nossa comunidade local.
Tarefa
Imagina que estás a viver numa pequena aldeia ou vila do interior onde exista uma ONG cujo foco é providenciar serviços a essa comunidade. Ao trabalhar com esta ONG tens de ter em conta o sítio onde vives, e pensar numa ideia que aproveitará o potencial da Internet das Coisas para beneficiar os habitantes locais. Tendo em conta que, por vezes, falta às comunidades rurais alguma da massa crítica presente, por exemplo, nos serviços governamentais ou empresariais, tipicamente afastados desse meio, há muito espaço por onde a Internet das Coisas possa ter um impacto positivo e substancial na vida dessas pessoas. Assim que tiveres completado a pesquisa, vais apresentar a tua ideia aos representantes da ONG. Todas as equipas terão de fazer essa apresentação, mas apenas uma, a vencedora, será selecionada. Essa equipa terá a oportunidade de tornar a sua ideia em realidade, e criar uma página de crowdfunding para o seu projeto da Internet das Coisas.
Processo
Passo 1: Forma a tua equipa

É recomendado que os formandos trabalhem em grupos de 3 ou 4 para poderem completar esta tarefa – assim garante-se que têm recursos e apoio suficientes para a completarem com a ajuda de uma ONG local. Dos teus colegas de turma, junta alguns com quem possas colaborar para esta atividade. Neste passo talvez precises de fazer alguma pesquisa inicial sobre as diferentes ONG da tua área.

Passo 2: O que é a Internet das Coisas?

Antes de começares a desenvolver a tua ideia, é importante que entendas o que é a Internet das Coisas. Posto de maneira simples, refere-se ao conceito de pegar em qualquer aparelho físico e do dia-a-dia, e ligá-lo à internet, garantindo assim tanto uma melhor prestação de serviços como uma melhor gestão dos recursos, ajudando também as pessoas individualmente, desde a ida para o trabalho de manhã, à regulação da temperatura da casa, monitorização dos batimentos cardíacos e da saúde no geral, apenas para dar alguns exemplos. Tudo isto usando a internet e aparelhos inteligentes.

Passo 3: Que efeitos terá em nós? E como pode beneficiar as comunidades?
 
No próximo passo tens de, juntamente com a tua equipa, pensar de que maneiras a tua comunidade pode ser beneficiada por uma inovação ligada à Internet das Coisas. Neste passo talvez decidam que a melhor opção é ir para o terreno e começar a falar com os habitantes, para assim começarem a delinear algumas ideias sobre como a Internet das Coisas pode ser usada para melhorar as suas vidas. Também podem preferir fazer primeiro alguma pesquisa online. Vê as páginas na secção “Links Úteis”.

Tu e a tua equipa devem ler estes links, falar com a população, e depois trabalharem em conjunto para construírem uma boa ideia, que usarão para desenvolver o vosso projeto da Internet das Coisas aplicado à comunidade.

Passo 4: Planear o projeto – do que precisas?
Agora que já tens uma ideia de como a Internet das Coisas pode ser usada para melhorar a qualidade de vida dos habitantes locais, está na hora de planeares, com a tua equipa, como vais pôr essa ideia em ação. Neste passo, vais ter de identificar que apoios e recursos são necessários para pôr em prática a ideia, e depois estabelecer um prazo (cronograma) para entregar o projeto.

Passo 5: Que riscos estão envolvidos?

Com o teu projeto encaminhado, o próximo passo consiste em avaliar se a tua inovação representa alguma ameaça ou risco para a comunidade local. Será que esta inovação vai beneficiar toda a gente? Há alguém que sofra ou fique de fora? Quais são as consequências do sucesso ou falhanço do teu projeto?

Depois de delinearem os riscos envolvidos no teu projeto, tu e a tua equipa podem completar uma matriz de avaliação de risco para o teu projeto.

Passo 6: Qual será o impacto da tua inovação?

Quando apresentares a tua ideia de projeto à ONG, muito provavelmente eles irão perguntar qual será o impacto do projeto. De maneira semelhante, para que sejas bem-sucedido na comercialização e angariação de fundos do teu projeto, os potenciais financiadores vão querer saber qual o impacto que este projeto terá na comunidade local, e porque razão devem investir. Ao completar o teu plano de projeto, definiste metas e objetivos. Mas como vais calcular o impacto deste projeto, e como vais medir o quão bem-sucedido foi?

Lembra-te, ao avaliares o impacto do teu projeto, há uma pergunta que te deves fazer: qual seria a situação na tua comunidade se o teu projeto não fosse desenvolvido? Assim perceberás o possível impacto que o teu projeto terá localmente.

Passo 7: Apresentar o teu projeto da Internet das Coisas usando o Prezi

Agora que já completaste todos os passos anteriores, e a tua equipa desenvolveu completamente uma ideia de como a Internet das Coisas pode ser usada para o benefício da comunidade local, o próximo passo é apresentar a tua ideia aos representantes da ONG. Neste passo vais estar em competição com as outras equipas, que também apresentarão o seu projeto da Internet das Coisas. Assim, é importante que apresentes a tua ideia, os recursos necessários, os riscos associados e o impacto pretendido de uma maneira clara, concisa e profissional. Faz com a que a tua apresentação seja atrativa e visual.

Passo 8: Apresentar a tua ideia à ONG

Agora que tu e a tua equipa prepararam a vossa apresentação, está na altura de a apresentar aos representantes da ONG. Para isso, a tua equipa deve contactar a ONG e marcar uma altura para que se possam encontrar. Em princípio, a ONG estará ocupada com outras atividades e deverá ter pouco tempo, por isso vocês devem ser o mais flexíveis possível, e até oferecerem-se para irem diretamente às instalações. No entanto, se houve várias equipas da tua turma que escolheram a mesma ONG, ponderem convidar um representante para assistir a uma sessão onde todos os grupos poderão fazer a sua apresentação numa só sessão.

Como parte da avaliação desta tarefa, será pedido aos formandos que façam uma autorreflexão, onde avaliarão a sua performance ao desenvolver atitudes e atributos-chave associados com o empreendedorismo e competências cívicas.

Passo 9: Desenvolver uma campanha numa plataforma online

A equipa vencedora neste desafio irá agora desenvolver uma campanha numa das várias plataformas online disponíveis (ver secção “Links Úteis”) para o seu projeto da Internet das Coisas. O financiamento coletivo, mais conhecido por crowdfunding, é uma inovação relativamente recente para negócios, pessoas e comunidades, onde se angaria fundos para projetos em várias áreas, incluindo a tecnologia, inovação, criatividade, impacto social e economia verde. Cria-se um perfil numa plataforma online, onde se promove a campanha através das redes sociais, e depois angaria-se dinheiro através de pequenas doações de um grande número de pessoas.
Avaliação e Objetivos de Aprendizagem
Após completar este WebQuest, os alunos deverão ser capazes de:

Conhecimentos Aptidões Atitudes
  • Conhecimentos factuais sobre a Internet das Coisas
  • Conhecimentos básicos em como perceber uma oportunidade
  • Conhecimentos básicos em como gerir recursos para um projeto
  • Conhecimentos básicos em como desenvolver um cronograma para o projeto
  • Conhecimentos básicos em como completar uma avaliação de risco
  • Conhecimentos básicos em como montar uma campanha de angariação de fundos
  • Conhecimentos básicos em como organizar uma apresentação para um negócio
  • Conhecimentos básicos em como fazer uma apresentação em grupo
  • Aplicar as aptidões de pesquisa online para aprofundar a compreensão sobre a Internet das Coisas
  • Fazer pesquisas online para identificar como é que a Internet das Coisas pode ser usada para o bem social
  • Praticar aptidões de negociação para completar atividades de grupo
  • Usar aptidões de gestão de tempo para terminar o projeto dentro do limite
  • Completar uma avaliação de risco do projeto
  • Usar aptidões de negociação e comunicação para trabalhar de forma eficaz com uma equipa de iguais
  • Colaborar com os colegas para fazer uma apresentação de grupo
  • Criar uma apresentação do projeto usando o Prezi
  • Demonstrar aptidões digitais ao criar uma campanha de angariação de fundos
  • Demonstrar pensamento criativo ao desenvolver um plano de promoção para a campanha de angariação de fundos
  • Estar aberto a usar a tecnologia para o bem social
  • Tomar a iniciativa em gerar uma nova ideia de projeto que vá ao encontro das necessidades da comunidade local
  • Tomar riscos, assim que tenham sido avaliados
  • Fazer uma autorreflexão para avaliar a sua própria performance em relação ao empreendedorismo

Avaliação:

Enquanto exercício de avaliação deste WebQuest, pedimos a todos os grupos que completem uma pequena autorreflexão, onde cada membro individual responderá às seguintes questões:

  • Onde é que, nesta tarefa, vi uma oportunidade?
  • Onde é que, nesta tarefa, tomei riscos?
  • Quando é que, nesta tarefa, fui criativo?
  • Motivei-me a mim próprio ou fui motivado por outros?
  • Qual foi o meu papel em transformar a ideia do projeto em ação?
  • O que faria de diferente da próxima vez?
Conclusão
“Um navio está seguro no porto, mas não foi para isso que os navios foram feitos.”
– John A. Shedd

Ser empreendedor significa ser corajoso, arriscar na busca em fazer a diferença, ter impacto ou abordar um problema que precisa ser abordado. É perceber as oportunidades e ter a capacidade de segui-las. É ser líder, tomar a iniciativa e ser determinado para que se siga o projeto até o fim.

Se a Internet das Coisas for usada no seu potencial máximo, as cidades no futuro estarão mais ligadas entre si, terão energia mais eficiente, e providenciarão melhores serviços aos seus cidadãos. Desenvolver um sentido de iniciativa, criatividade e valor empreendedor irá criar nos jovens cidadãos as aptidões necessárias para moldar e construir estas cidades do futuro. Ter habilidades empreendedoras não significa que tenham de ser usadas numa empresa ou negócio; antes, neste contexto significa que os indivíduos estarão bem posicionados para identificar oportunidades e desenvolver inovações que levarão a um maior benefício social para as comunidades do futuro. O objetivo deste WebQuest tem sido o de, primeiro, inculcar os valores, atitudes e comportamentos necessários para desenvolver esta mentalidade empreendedora, e depois, introduzir-te às incontáveis possibilidades que as tecnologias modernas oferecem às nossas comunidades.